quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gente, a quanto tempo!

Gente, vou voltar de férias segunda, mas como eu acho que devo uma explicação à vcs, tô aqui.
É que eu não entro faz um tempão. Eu tô mais no Tumblr.
Meu tumblr: http://booksfotographysandanotherthings.tumblr.com
Pronto. Se quiserem me achar, tô lá.
Beijos, té depois.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Choco late
A paixão por chocolate tem despertado a criatividade dos chocolovers. Recentemente, um garoto ganhou de presente um cachorro labrador pra lá de sapeca que acabou se mostrando um chocolover de primeira, assim como o dono. Inspirado, o garoto resolveu criar um poeminha sobre a relação dele com o cão, Choco. Vale à pena conferir: Choco é um cachorro Que se amarra em chocolate; Já me vê ao pé do morro, Não segura a onda e late; Choco late pra cá, Choco late pra lá. Eta labrador danado, Logo me vê já abana o rabo; Choco late, late e late, Me pedindo chocolate. Choco late pra cá, Choco late pra lá. Dou um pouquinho e não demora, Logo logo ele devora; Vacilou, ele comeu, É Chocolover como eu.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

E eles próprios foram crescendo e mudando à medida que o tempo passava.

No dia seguinte, desceram ao longo do grande rio, chegando à foz ao cair da tarde. O castelo de Cair Paravel erguia-se, altaneiro, no cimo da colina. Em frente, havia areia e pedras, pequenas poças de água salgada, algas, cheiro de mar e ondas azuis e verdes a perder de vista. E, ia-me esquecendo, o grito das gaivotas!
À noite, depois do lanche, as quatro crianças voltaram à praia e tiraram os sapatos e as meias para molhar os pés.
No dia seguinte, porém, a coisa foi muito mais solene. No grande salão de Cair Paravel – um salão formidável, com teto de marfim, uma parede coberta de penas de pavão e uma porta aberta para o mar –, na presença de todos, Aslam coroou-os com toda a cerimônia. E eles sentaram-se nos tronos, entre aclamações ensurdecedoras de “Viva o rei Pedro! Viva a rainha Susana! Viva o rei Edmundo! Viva a rainha Lúcia!”
– Quem é coroado rei ou rainha em Nárnia será para sempre rei ou rainha. Honrem a sua realeza, Filhos de Adão! Honrem a sua realeza, Filhas de Eva! – disse Aslam.
Pela porta aberta para o mar, chegavam as vozes dos tritões e das sereias, que entoavam cânticos em louvor dos novos soberanos, nadando perto da praia.
Assim, as crianças ocuparam seus tronos, empunharam seus cetros e concederam recompensas e honrarias a todos os amigos: a Tumnus, ao Sr. e Sra. Castor, ao gigante Rumbacatamau, aos leopardos, aos centauros bons, aos bons anões e ao leão.
À noite, houve grande festa em Cair Paravel. O ouro reluzia e o vinho corria. A música do mar era como um eco à música da festa, porém mais doce e penetrante.
Justamente quando a alegria estava no auge, Aslam desapareceu sem ninguém perceber. Quando souberam disso, os reis e as rainhas não fizeram comentários. O Sr. Castor já tinha avisado.
– Ele há de vir e há de ir-se. Num dia, poderão vê-lo; no outro, não. Não gosta que o prendam... e, naturalmente, há outros países que o preocupam. Mas não faz mal. Ele virá muitas vezes. O importante é não pressioná-lo, porque, como sabem, ele é selvagem. Não se trata de um leão domesticado.
Como você vê, a história está quase acabando. Os dois reis e as duas rainhas governaram Nárnia, e o reinado foi longo e feliz. A princípio gastaram grande parte do tempo destruindo o que restava do exército da Feiticeira Branca. Durante muito tempo ainda, chegaram notícias de que espíritos maus se escondiam nos recantos desconhecidos da floresta. Uma emboscada aqui, uma morte ali, um lobisomem que aparecia, uma bruxa que dava o ar de sua desgraça... Até que toda aquela raça imunda foi eliminada. E os reis e as rainhas fizeram leis justas, mantiveram a paz, não permitiram que as árvores fosse derrubadas sem necessidade, libertaram os anõezinhos e os sátiros da tirania escolar. De modo geral, acabaram com todos os importunos e intrometidos... as criaturas chatas. E deram força para as pessoas comuns, que só querem viver e deixar que os outros também vivam. Expulsaram os gigantes maus (muito diferentes de Rumbacatamau) do norte de Nárnia, quando estes tiveram a audácia de atravessar a fronteira. Estabeleceram tratados de boa vizinhança e firmaram alianças com os países de além-mar. Visitaram esses países e deles receberam visitas oficiais.
E eles próprios foram crescendo e mudando à medida que o tempo passava.
Pedro ficou um homem alto e parrudo: foi chamado Pedro, o Magnífico. Susana virou uma mulher alta e esbelta, de cabelos negros que chegavam quase aos pés. Foi chamada Susana, a Gentil. Edmundo era mais grave e calado do que Pedro, muito sábio nos conselhos de Estado. E foi chamado de Edmundo, o Justo. Lúcia, esta continuou sempre com os mesmos cabelos dourados e a mesma alegria, e todos os príncipes desejavam que ela fosse a sua rainha. E foi chamada de Lúcia, a Destemida.
Assim viveram em grande alegria. Só lembravam a vida neste mundo de cá como quem se lembra de um sonho.
Um certo ano, Tumnus, já agora um fauno de meia-idade, trouxe notícias de que o Veado Branco voltara a aparecer. O Veado Branco, quando apanhado, trazia consigo a satisfação de todos os desejos.
Os dois reis e as duas rainhas, acompanhados dos principais membros da corte, partiram à caça do Veado Branco nos Bosques do Ocidente, conduzindo cães e fazendo soar as trompas. Não tinham cavalgado muito quando o avistaram. Correram em sua perseguição por montes e vales, por bosques e planícies, até deixarem para trás, cansados, os cavalos dos cortesãos. Só eles quatro continuaram a persegui-lo. Viram o veado desaparecer numa capoeira tão cerrada que os cavalos não conseguiram entrar. Então o rei Pedro disse (sendo reis e rainhas há tantos anos, usavam agora um estilo muito diferente):
– Leais consortes, desmontemos, deixando aqui os nossos corcéis, e sigamos o veado pela floresta; pois nunca meus olhos viram tão nobre animal.
– Senhor – disseram os outros –, façamos com soante o vosso desejo.
Prenderam os cavalos às árvores e penetraram a pé na floresta cerrada. E mal tinham entrado, quando Susana disse:
– Gentis amigos, eis que vejo uma grande maravilha; parece-me uma árvore de ferro.
– Senhora – replicou Edmundo –, se olhardes bem, vereis que é um pilar de ferro, com uma lanterna em cima.
– Pela Juba do Leão! – exclamou Pedro. – Que idéia é essa, de afixar uma lanterna num local em que as árvores crescem tão juntas e tão alto, que, mesmo acesa, não daria luz a ninguém!
– Senhor – disse Lúcia –, é provável que, quando este poste e esta lâmpada aqui foram colocados, talvez fossem as árvores pequenas, ou poucas, ou nem árvores existissem. Porque este bosque é jovem e o poste é velho. – E ficaram todos olhando para ele. Disse Edmundo:
– Não sei bem o que é, mas aquela lâmpada
faz-me sentir um não sei quê. Não me sai do pensamento que já a vi em outro tempo, como se fosse em um sonho, ou no sonho de um sonho...
– Senhor – responderam todos –, o mesmo acontece a nós.
– E a mim me parece – acrescentou Lúcia – que se passarmos para além do poste e da lanterna, encontraremos estranhas aventuras, ou então haverá grandes transformações em nossas existências.
– Senhora – disse Edmundo –, o mesmo pressentimento me agita o âmago.
– Também a mim, meu excelso irmão – disse Pedro.
– E a mim – declarou Susana. – Por isso, sou de opinião que voltemos sem demora ao sítio onde deixamos os cavalos e deixemos de perseguir o inatingível Veado Branco.
– Senhora – disse Pedro –, perdoai, se vos contradigo. Porque, desde que somos reis e rainhas de Nárnia, jamais encetamos uma alta empresa (batalhas, demandas, feitos de armas e atos de justiça) para depois desistirmos. Sempre levamos a bom termo tudo quanto iniciamos.
– Minha irmã – disse Lúcia –, o nosso real irmão tem razão. Grande vexame seria para nós se, por qualquer terror ou pressentimento, deixássemos de perseguir tão nobre animal, como o que nos propusemos caçar.
– Faço minhas as vossas palavras – declarou Edmundo. – E tão grande é o meu desejo de descobrir o sentido daquele objeto, que nem pela jóia mais rica que possa existir em Nárnia, nem por todas as suas ilhas, eu voltaria atrás, por meu querer.
– Então, em nome de Aslam – disse Susana –, se o desejo de todos vós é esse, continuemos em busca da aventura que nos aguarda.
Assim, reis e rainhas entraram no bosque, e ainda não tinham dado meia dúzia de passos quando notaram que o objeto visto era um lampião. E pouco mais tinham andado quando perceberam que não seguiam entre ramagens, mas entre casacos de peles. E daí a um pouquinho saltavam todos da porta do guarda-roupa para a sala vazia. Já não eram reis e rainhas em traje de montaria, mas simplesmente Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, nas suas roupas antigas. E era o dia e a hora em que todos tinham entrado no guarda-roupa para se esconderem. D. Marta e os visitantes falavam ainda no corredor, mas, felizmente, nunca chegaram a entrar na sala vazia, e as crianças não foram apanhadas.
E este seria o fim da história se as crianças não se sentissem na obrigação de explicar ao professor por que quatro casacos tinham desaparecido do guarda-roupa. E o professor (um sujeito de fato fora do comum) não lhes disse que deixassem de ser bobos ou de inventar histórias. Acreditou.
– Não! – disse ele. – Realmente. Não creio que valha a pena entrar pelo guarda-roupa para procurar os casacos. Por esse caminho, nunca mais irão a Nárnia. Nem os casacos serviriam para muita coisa agora. Hein? Que tem isso? É claro que um dia vocês voltarão a Nárnia. Quem é coroado rei em Nárnia, será sempre rei em Nárnia. Mas não tentem seguir o mesmo caminho duas vezes. Na verdade, vocês nem devem fazer coisa alguma para voltar a Nárnia. Nárnia acontece. Quando menos esperarem, pode acontecer. E não falem muito sobre o que aconteceu, mesmo entre vocês. Sobretudo, não digam nada aos outros. A não ser se descobrirem que eles próprios visitaram países do mesmo gênero. O quê? Como irão saber? Ora, ora, não é nada difícil, não se incomodem. Coisas que as pessoas dizem... Até pelo olhar... e lá se foi o segredo. Abram bem os olhos! Céus! O que é que estão ensinando às crianças na escola? E chegamos ao fim das aventuras do guarda-roupa. Mas, se o professor tinha razão, as aventuras em Nárnia estavam apenas começando.

C. S. Lewis , AS CRÔNICAS DE NÁRNIA VOL. II O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA, Tradução: Paulo Mendes Campos, Editora: Martins Fontes São Paulo 2002 Cap. 17. A caçada ao Veado Branco